Não deve haver nada a vida, que provoque nas mulheres tanta opinião, como a maternidade...
Mulheres que nunca tiveram filhos, opinam. Mulheres que já tiveram um, acham que já tem a escola toda... mulheres que tiveram muitos... ui!...
Mulheres magras não dão leite bom, ou não vão conseguir parir pela via normal... não podemos comer laranjas, ou chocolate... não podemos isto, aquilo... bem vistas as coisas, não é podemos é fazer NADA.
Há alguns anos atrás, fui doula de um casal muito jovem... uns 19 anos... esta manhã acordei a pensar neles, nem sei bem porquê...
Ela trabalhava num café onde eu ia, e disse-me, devia na altura ter 18, para o ano, vou engravidar e vou precisar da tua ajuda...
Quando ia a casa deles, para as sessões, era tudo tranquilo... ele fazia guisados no meio dos "yas" e "bués" não ouvia mas escutava... ela, com os olhos arregalados, absorvia cada palavra... e eu tinha medo... porque no meio havia sempre alguém, que achava que eles eram demasiado novos ou inexperientes... e palpitavam, e diziam... então dizia sempre: sabes, estou aqui a dizer-te estas coisas, mas, TU és a mãe, logo, Tu tens de fazer as coisas à tua maneira... não à minha ou à de outras pessoas...
E ela acenava que sim!
A bebé nasceu... e passadas duas semanas recebo uma chamada duma cunhada... que vivia com eles.
Identificou-se e começou com o role de acusações:
Se eu achava normal ela dar banho no lavatório.
Com água e sabonete? perguntava eu... ah! claro, ela é quem sabe!
Se eu achava normal ela dar de mamar deitada (???)
dá-lhe jeito? perguntava eu... ah! claro, ela é quem sabe!
Se eu achava normal ela querer sair de casa...
mas deixa a bebé em casa sozinha? perguntava eu...
NÃO.... LEVA-A!!!!
ah!.... que bom, dizia eu....
e ela queria continuar... mas a certa altura eu mandei-a parar. E disse-lhe para nem se atrever a confrontar a mãe com estas coisas... e que no dia que ela própria fosse mãe, iria entender.
Vejo-a na rua, a cunhada, e ela baixa os olhos.
A mãe, vejo-a... tem mais uns aninhos, e tem passado uma vida nada fácil. Mas passa de cabeça erguida, confiante. Mulher/mãe.
Nos grupos de discussão no facebook, onde pertenço. Leio palpites e comentários que são de bradar aos céus... como se houvesse uma maneira de ser mãe. Uma maneira correcta... e nunca ninguém pensa, que aquilo que vai dizer a uma grávida ou recém-mãe, pode abalar para sempre a sua auto-confiança... por isso, estou a escrever este post, que já vai bem longo, para alguém que ontem me ligou a chorar, que não ia ser capaz... Alguém bem crescidinha...
Se as outras conseguem, também conseguirás...
porque não precisas de estudar nenhuma lição, ler livros, tirar cursos, pensar muito... comprar coisas... ou escutar um monte de opiniões...
precisas só de fazer as coisas como TU achares que devem ser feitas... e seres a mãe que já és... e nunca baixares a cabeça... para um dia daqui a muitos anos, poderes dizer como o Frank:
regrets, i've had a few, but then again, too few to mention... i did what i had to do and saw it through, without exemption
i've loved, laughed and cryed...
(...)
to think i did all that
and may i say, NOT in a SHY way
oh no, oh no not me...
i did it MY WAY!!!
for what is a WOman
what has SHE got
if not herself, then she has naught
to DO the things SHE truly feels
and not the things, of one who kneels
the record shows i took the blows and did it my way!
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