Desde que faço "disto" que as pessoas sorriem quando digo o que faço, e dizem coisas como: estás como queres, cobras o que queres, crias o teu horário...
Confesso que saí agora de dois trabalhos estranhos um que tem só a ver com palavras, e outro que me deu tanta dor de cabeça, choro, que se não fosse dos sorrisos que hão-de nascer dele, não teria válido a pena.
Ontem tive um dia de férias, o primeiro e único do ano. Fui a praia mas não descansei.
Acho que sempre que termino um trabalho "grande" me sinto perdida, com medo do amanhã, de não estar a tomar decisões certas, mesmo que, todo o meu trabalho não tenha sido fruto das minhas decisões, mas aquilo que a vida me deu.
E eu não me estou a queixar. Estou apenas a falar comigo mesma.
Na verdade as pessoas que são "patroas" de si mesmas, que criam os seus trabalhos, os seus horários, nem nunca dependem de si mesmas, nem tem horários. Dependem do seu trabalho, e dependem dos outros que acreditam.
E amanhã, vais acreditar como acreditas hoje? Ou vais dizer, olha, foi-se embora, desistiu.
Trabalhar por conta própria é lutar todos os dias, e de noite, quando te deitas, ficares a magicar, o que raio faço amanhã que mantenha as pessoas aqui.
Tanta conversa dizes tu, e na realidade só te queria apresentar esta, a da foto. Passei o dia a arrumar o ateliêr para ter espaço para ela. Foi o passo que dei em dois minutos que entrei na loja das máquinas de costura...
Se vou lutar, continuar a lutar, preciso de armas.
Se vou ficar, de pé fincado, não estará levantado contra a mesa tão cedo.
A outra chama-se Nina, o ferro Guido, e esta, como a vamos chamar?