Há umas semanas atrás, a minha filha quis experimentar aulas de Ballet. As primeiras aulas foram maravilhosas para ela. Tudo para ela era dançar vestida de cor de rosa. Comprei as coisas, e lá foi ela, duas três vezes. Depois chorou, disse que era muito cansativo ir ao ballet. "Mãe, eu só queria experimentar..."
Nunca pensei que fosse do gênero de mãe que se desiludisse com uma filha desistir "da sua curta carreira de bailarina aos 4 anos de idade"! Mas, na realidade, acho que de repente tive aquela sensação de decepção, que certamente os pais têm quando os filhos não fazem as coisas com que os pais sonham, logo eu, que nunca tinha pensado que queria que ela sequer fosse bailarina.
E não tem importância, claro. Amanhã ou depois, ela muda (ou não), de idéias. Vai querer voltar. Vai querer talvez ser advogada ou qualquer uma outra coisa que eu ache nada tem a ver comigo. Ainda assim, eu senti essa pequena pontinha de tristeza. E não posso, porque assim como quando a minha mãe dizia a frase: "não podes ser assim" e eu respondia: "claro que posso, eu posso ser como eu quiser!"; a minha filha será, terá de ser, ou não terei feito um bom trabalho,
Exactamente e apenas, o que e como ela quiser.
E eu? Ah, eu nada.
Se eu queria ser bailarina, devia ter pedido umas sapatilhas cor de rosa, ao invés de uns ice skates!