Ainda esta semana me contaram que o pai de um Bebé não pode acompanhar o trabalho de parto; já nem falando na crueldade que é para uma mulher estar ali horas a fio sozinha (e note-se, eu sei que conseguimos sozinhas, mas...) e no facto de por lei existir esse direito, Quem disse que para um pai não é importante? Ele também tem direitos, não? Ele também quer estar presente, ter a certeza que está tudo bem, e ver quando o bebê nasce, não?
Aquele Bebé também é parte dele.
Ninguém gosta muito daquela velha ideia de um casal ser como UMA só pessoa, mas, na maternidade devíamos sim ser como uma só pessoa e ter exatamente os mesmos direitos. Digo eu, que até acho muito reconfortante os filhos ficarem (quase sempre) com a mãe, em caso de separação, e todo esse blabla. Afinal, embora seja a mulher que carrega, não foi ela que o fez sozinha e aquela criança não é exclusividade dela.
Acho que fiquei chocada. Enquanto ouvia aquele homem chorar porque não tinha filhos, abri os olhos para ver que nunca na vida tinha pensado nisso. Shame on me.
E deparei-me com o mesmo tipo de desgosto e incapacidade, que qualquer mulher que quer e não pode ter filhos têm, agravada, com o facto de não ser suposto aos homens nestas condições irem abaixo. Chorarem. Terem essa vontade dentro tão marcada como qualquer mulher.
De repente pensei em todas as coisas estupidas que as pessoas dizem as pessoas quando elas não têm filhos. Aos homens normalmente em forma de piada. Nunca pensamos. Esquecemos-nos que mais do que ser homens ou mulheres, mães e pais, somos apenas gente. Mamíferos. Ah, pois é, humanos, se bem que as vezes, não parece!
Quando ele se foi embora pensei que devia ter pedido desculpa. Desculpa de nunca ter reparado que ele também era gente que se calhar precisava de um abraço. Afinal eu sou Doula! Onde é que eu andava com a cabeça?!
Os homens também sentem todas estas coisas, ainda bem que são um bocadinho mais controlados que nós, que não sabemos o que fazer com tanta hormona, mas também é bom que nos contem, que nos digam e relembrem que, os homens também querem ser "mães". Muitos deles, são mais mães que muitas que detém esse nome.
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