sei que ainda não chegou, mas para mim é agosto.
passo sempre neste caminho em agosto, e hoje passei lá e o agosto tomou forma. a forma de água no corpo, e o sol e risos ao acordar, e depois o café mal tirado que tira qualquer dúvida, se é que as tinha.
e não, não estou de férias, e, ainda que estivesse, tal como hoje o Tiago me disse, trabalharia na mesma.
este mês, com todas as pequenas ou grandes mudanças que tem acontecido, vou ter de entregar as peças que tenho atrasadas, e ainda escrever um livro, e, ter tempo, ai, hei-de ter tempo, para me deitar algumas horas ao sol, beber uma taça ou duas de vinho (bom), pelo menos 60 cafés mesmo excelentes, e rir, que é a segunda coisa no mundo que gosto mesmo de fazer.
assim, sim, é agosto.
e tal como na história do Ernesto, ela escrevia no diário as coisas antes de terem acontecido, estou a escrever aqui:
vai ser mesmo bom.
acreditam em mim?
domingo, 28 de julho de 2019
quarta-feira, 17 de julho de 2019
no meu tempo
17.7.19
às vezes tenho um medo terrível de estagnar. uma coisa é o tempo passar, outra é avançares no tempo, cresceres em anos, e, ficares com a mente pousada num tempo qualquer, ao qual para lhe dares sentido, chamarás "o teu tempo". No meu tempo nem havia facebook. Mas havia, porque há, e, o teu tempo é agora.
neste meu tempo, em que cresço, as ideias não podem ficar paradas, e, esse medo tem de ser usado.
este mês tive medo.
tive medo de estar a dar passos demais.
depois, tive medo do que eu diria num amanhã em que o tempo tivesse passado e eu dissesse: ah, se no meu tempo eu tivesse comprado aquela máquina de bordar.
e é isso.
brevemente, amanhã ou depois, todas as peças (ou quase), poderão ser personalizadas com nomes, frases bonitas, poemas, trechos de músicas.
coisas do nosso tempo.
hoje.
(na foto que é do Nuno Conceição, eu, e o Mário Felizardo da Bernina, com quem cresço).
quarta-feira, 3 de julho de 2019
Passos.
3.7.19
Toda a viagem começa com um pequeno passo.
Fez no mês de junho 6 anos que estou no atelier e 7 que faço a minha vida com pequenos retalhos que envio para ti.
Tenho dias nem acredito que ainda queres mais uma peça minha aí em casa, e, tal como o Rafa me disse esta semana, se me sentasse a fazer uma lista das peças todas que já fiz, a lista seria
imensa!
Mas ás vezes são precisos passos maiores. Para não pararmos no tempo, para não nos aborrecermos, ou, simplesmente para aprendermos algo novo, para depois solidificar quem somos, o que criamos, o que queremos ser.
Neste momento sinto-me perdida no atelier, porque a cabeça estando um caos de ideias, o atelier parece o day after de uma catástrofe.
Deixem-me terminar estas encomendas que tenho aqui que já vos digo, das mudanças.
Sinto que as peças que aí vem, sendo as mesmas, transportarão mais de mim e de vós.
Estás curiosa/o?
ah, até eu!
(a photo é do Nuno Conceição. E aquela sou eu na Bernina, com o Mário Felizardo).
quinta-feira, 30 de maio de 2019
quando um livro se torna teu
30.5.19
gosto de livros novos.
do cheiro a tinta fresca e das páginas imaculadas cheias de um mundo.
e
gosto ainda mais de livros, que não sendo velhos, são usados.
os meus, tem sempre cantos dobrados, frases sublinhadas, alguns apontamentos.
este aniversário a Teresa (e o Bruno) e a Paulinha deram-me o mesmo livro. o último do João Tordo, e, fui trocar um por este, da Patti Smith.
o Henrique perguntou se eu queria saco, não quis, e enfiei-o na mochila.
para meu desgosto, rasguei a capa de papel (é de capa dura, mas tem aquela capa, tão bonita, bolas!).
forrei-o com fita cola, como fazia com os cadernos na adolescência.
e ele tornou-se meu.
mais: é bom. leiam.
quarta-feira, 8 de maio de 2019
palavras. **** GIVEAWAY! ****
8.5.19
gosto de presentes. não deve haver muitas pessoas que não gostem.
este caderno foi um presente de há uns tempos atrás, da querida Rita.
mas, e embora eu adore cadernos, o que mais gostei foi das palavras.
ainda não falei nisso aqui, mas há um GIVEAWAY a decorrer para o meu aniversário. até dia 24 de maio, deves enviar um postal para a morada do atelier.
será sorteado um deles para receber um presente.
gostando de palavras, foi a maneira mais engraçada de festejar o meu aniversário que me ocorreu.
não tenhas vergonha.
a morada é:
trav João Deus, 2-1dto
2500-240 Caldas da Rainha.
válido para todo o mundo!
boa sorte!
sexta-feira, 3 de maio de 2019
3.5.19
Qualquer coisa pode ser outra coisa
as mãos são tudo o que são
e também algo mais.
Roberto Juarroz
apenas isto li, quando abri o livro: um mover de mão (Vasco Gato)
chegou-me ontém no correio. quando li, pensei em como isto de fazer coisas com as mãos me tem trazido, não coisas, mas gente.
gente que quando passa por algo, pára para olhar, para se dar ao trabalho de se lembrar de outra gente qualquer.
se há coisa que gosto são mãos, palavras sobre mãos, e gente que se dá ao trabalho.
De gatos nunca gostei muito, eu sei, eu sei, sou horrorosa.
Mas deste Gato, gosto muito.
*querida, querida Susana.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Querida Sociedade
2.5.19
Sou mãe.
Sou mãe de dois. Esta é uma foto dos meus primeiros dias na maternidade, há 14 anos.
Gosto de ser mãe. Ainda assim, não julgo a maternidade um acto de heroísmo. As mulheres são mães há milhares de anos. Não fiz nada de novo. Há mães que sofrem mais que eu. Há não mães que também.
O que mais me espanta na maternidade, é o endeusamento. Se decidimos ser mães, somos o máximo. Tudo gira ao nosso redor. De repente, somos donas da verdade. Sentimo-nos. De todas as coisas pequenas e grandes, sentimo-nos e ressentimo-nos.
Se amamentamos. Se não.
Se tivemos um parto em casa. Se não.
Foi epidural, fomos fracas. Não foi, somos doidas. Ou valentes.
Somos sempre ou mais ou menos.
Hoje li um estudo sobre as crianças que eram bem ou mal sucedidas porque as mães ficavam em casa.
Mães que trabalham fora tem filhos bem sucedidos. É apenas um estudo. Toda a gente sabe que não é uma regra. Mas não. Era chocante. As mulheres culpam-se. Temos medo de ficar em casa. Temos medo de sair.
Dizem que é a sociedade que exige. A sociedade tem culpa se fico em casa e sou apontada, mas se for para a rua também. O estudo nem refere se as crianças são bebés ou não, mas as pessoas vem dizer "que loucura".
Sempre trabalhei fora. Não penso que o sociedade tenha de se meter na minha vida. Não perco um minuto de sono por aquilo que a sociedade julgue os meus actos, se durmo com os miudos, se amamento, se não, se trabalho fora ou dentro.
Não existe um certo e um errado.
Não existe uma opinião mais valida que outra. Arrasem-me com comentarios negativos de eu estar a renegar o meu lugar de mulher e mãe, de eu ser menos, de eu isto ou aquilo. É-me indiferente. A tua opinião é apenas isso.
Não me incomoda.
Acho até que é, culpa da sociedade. É sempre culpa dela.
Assim, parece-me que o que deves fazer é falares com ela.
Amanhã, levantas-te, tomas o teu banho, lavas os dentes e penteias-te.
Depois, choras o que tiveres de chorar, olhas em frente ao espelho e dizes:
Sociedade, desculpa. Não sou a super mulher. Trabalho em casa, ou fora de casa, não amamentei ou consegui, pari com dores ou sem elas, mas desculpa.
Ou, olha sociedade, Não consegui ter filhos, ou, não quis ter filhos. Desculpa mesmo.
Não sei se sabes, só faço o meu melhor!
Sou mãe de dois. Esta é uma foto dos meus primeiros dias na maternidade, há 14 anos.
Gosto de ser mãe. Ainda assim, não julgo a maternidade um acto de heroísmo. As mulheres são mães há milhares de anos. Não fiz nada de novo. Há mães que sofrem mais que eu. Há não mães que também.
O que mais me espanta na maternidade, é o endeusamento. Se decidimos ser mães, somos o máximo. Tudo gira ao nosso redor. De repente, somos donas da verdade. Sentimo-nos. De todas as coisas pequenas e grandes, sentimo-nos e ressentimo-nos.
Se amamentamos. Se não.
Se tivemos um parto em casa. Se não.
Foi epidural, fomos fracas. Não foi, somos doidas. Ou valentes.
Somos sempre ou mais ou menos.
Hoje li um estudo sobre as crianças que eram bem ou mal sucedidas porque as mães ficavam em casa.
Mães que trabalham fora tem filhos bem sucedidos. É apenas um estudo. Toda a gente sabe que não é uma regra. Mas não. Era chocante. As mulheres culpam-se. Temos medo de ficar em casa. Temos medo de sair.
Dizem que é a sociedade que exige. A sociedade tem culpa se fico em casa e sou apontada, mas se for para a rua também. O estudo nem refere se as crianças são bebés ou não, mas as pessoas vem dizer "que loucura".
Sempre trabalhei fora. Não penso que o sociedade tenha de se meter na minha vida. Não perco um minuto de sono por aquilo que a sociedade julgue os meus actos, se durmo com os miudos, se amamento, se não, se trabalho fora ou dentro.
Não existe um certo e um errado.
Não existe uma opinião mais valida que outra. Arrasem-me com comentarios negativos de eu estar a renegar o meu lugar de mulher e mãe, de eu ser menos, de eu isto ou aquilo. É-me indiferente. A tua opinião é apenas isso.
Não me incomoda.
Acho até que é, culpa da sociedade. É sempre culpa dela.
Assim, parece-me que o que deves fazer é falares com ela.
Amanhã, levantas-te, tomas o teu banho, lavas os dentes e penteias-te.
Depois, choras o que tiveres de chorar, olhas em frente ao espelho e dizes:
Sociedade, desculpa. Não sou a super mulher. Trabalho em casa, ou fora de casa, não amamentei ou consegui, pari com dores ou sem elas, mas desculpa.
Ou, olha sociedade, Não consegui ter filhos, ou, não quis ter filhos. Desculpa mesmo.
Não sei se sabes, só faço o meu melhor!
quarta-feira, 1 de maio de 2019
Sabores da Índia
1.5.19
Esta semana fui almoçar a um lugar especial.
já falei dele no facebook, porque me desabituei de falar aqui primeiro, mas preciso mesmo voltar aos meus registos aqui, e por isso, volto a dedicar algum tempo a este sítio, apenas com 3 mesas, mas cheio de sabores e texturas, sorrisos, boasvindas.
Uma espécie de lar, onde entras, como quando entras na casa da vizinha estrangeira. De repente, relembro a sensação de entrar na casa da minha vizinha italiana, quando ela nos oferecia almoço, quando eu tinha 9 anos. Os cheiros, os modos diferentes de cozinhar, uma espécie de sabedoria do tempo e dos lugares, expostos numa tradição de como se deve comer.
Esta Senhora, perguntou de onde éramos, como nos chamávamos, se comíamos carne, se gostávamos disto ou daquilo, e depois anunciou que nos ia fazer o almoço, e foi.
Enquanto colocava as coisas na mesa, explicou não só o que era, quais os ingredientes, como, como se comia, ah! mistura os molhos.
Ah!, não, não podes deixar comida no prato.
A ausência de talheres dificultava a tarega de comer grão, tudo compensado, até pelo pão.
Outros clientes que entravam, jovens, eram recebidos com beijos, chamados pelo nome, um disse que tinha tido saudades dela, e eu, também já tenho.
#saboresdaindia
segunda-feira, 29 de abril de 2019
Trocas e baldrocas - políticas de devolução.
29.4.19
No início do mês de fevereiro, terminei uma encomenda para um cliente.
A primeiríssima mochila para "homem", ainda que logicamente, querendo, qualquer um pode usar, uma ou outra mochila, sendo homem ou mulher e até já fiz igual para mulher.
Não é isso que está em causa.
Enviei a mochila, era linda, talvez um pouco pequena, mas adorava-a.
Algum tempo depois, disse-me que a tinha sujado com cerveja, perguntou como se lavava, e dias depois estava novamente feliz, ía leva-la a um passeio de bicla, semanas depois vinha a Portugal, regressou para de onde veio.
Há cerca de duas semanas, disse-me que de facto a mochila era pequena, e quis devolver.
Claro, fiquei chateada, reclamei, disse o que acho óbvio, para além do uso e do tempo, havia a questão da cerveja. E não. Não me parece lógico, digno, normal, que tanto tempo depois achassem que era aceitável eu vender aquela mochila (mesmo que tenha, como ele diz, uma história) seja a quem for.
E sim, já me devolveram peças, ou porque tinham pensado que era maior ou mais pequeno, ou porque mudaram de ideias, mas, logicamente que, tal como numa qualquer loja, existem limites.
E sim, fico aborrecida se não gostarem, que não sou a Rainha do Sabá, nem nenhuma princesa, nem perfeita, pelo que ás vezes também erro.
Tudo isto para falar que mesmo as pessoas fantásticas, as que dizem mil vezes que se preocupam em comprar produtos de qualidade, a pequenos produtores, e aquela lenga-lenga toda que eu escrevo sempre, também abusam quando acham que o facto de comprarem os põe num lugar especial onde abusar continua a ser possível.
E eu, que tenho o nariz arrebitado, continuo a querer exercer os meus direitos, porque não, os pequenos produtores, artistas, e essas coisas todas, não podem vender gato por lebre, mas, se não gostarem do gato ou da lebre,
é favor trocar em tempo útil e sem cheiro a cerveja.
Desamigarem, isso, já é com eles, que como dizia a Teresa: Não podemos ser amigos de toda a gente.
sábado, 27 de abril de 2019
27.4.19
Perdi o meu blog.
que susto!
Abandonei a minha casa, deixei de lhe dar atenção. As coisas mudaram, eu nem percebi, e, num instante, perdi-me, numa questão de tempo, muito, que pareceu pouco.
Quando quis voltar, eram os caminhos trocados, não deixei migalhas, andava em circulos, fiquei tonta, pedi ajuda, arrependi-me da ausência, culpei o facebook pela sua morte.
Sempre os mesmos humanos.
Há sempre um bode expiatório.
E agora, nem sei como foi: voltei.
Não me deixem perder de novo, prometem?
Subscrever:
Mensagens (Atom)